Autoria: André Biveti Data Protection Agent na Wondercom
Com entrada em vigor do RGPD, as questões relacionadas com a privacidade entraram na ordem do dia, ganhando uma notoriedade nunca antes vista! Por consequência, a curiosidade e o alarme social suscitados pelo RGPD permitiram expor uma realidade que até então não era debatida: nos primeiros seis meses de vigência desta legislação foram registadas 945 violações de dados pessoais, as quais comprometeram 4,5 biliões de registos de dados pessoais, de acordo com Breach Level Index (Índice de Nível de Violação) da Gemalto (empresa de segurança digital).
Segundo este índice, o sector que regista mais violações são os Social Media e, logo a seguir, o sector Financeiro. O tipo de violação mais comum é o roubo de identidade. Algumas das empresas que fazem parte desta lista são bastante conhecidas do público em geral, nomeadamente a Google, com 52,5 milhões de utilizadores afetados pela violação de dados e os Hóteis Marriott com 500 milhões de hóspedes que viram os seus dados comprometidos (número de passaporte, datas da reserva, número de cartões de crédito, e-mails, etc.).
Estes casos não têm sido tratados de ânimo leve pelas Autoridades competentes, que já multaram a Google em 50 milhões de euros e, mais recentemente, a British Airways,que enfrenta uma coima de 183 milhões de libras, o equivalente a 204 milhões de euros. Em Portugal, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) também já aplicou uma coima de 400 mil euros ao Hospital do Barreiro-Montijo, por violação de dados pessoais dos utentes.
O fenómeno RGPD não é apenas algo trendy, mas uma temática que fará parte da ordem do dia à medida que a privacidade no mundo digital se torna um assunto cada vez mais importante.