O crescimento do crime cibernético ameaça o progresso digital em África

Autoria: Samuel Cruz
Departamento de Sistemas de Informação

De acordo com um relatório apresentado recentemente pela Kaspersky Security Network (KSN). Os maiores centros tecnológicos do continente africano, Nigéria, África do Sul e Quênia, foram classificados entre os 100 mais vulneráveis a ameaças cibernéticas globais. O relatório revelou que a Nigéria atualmente ocupa o 50º lugar no ranking mundial de ameaças online. A África do Sul ficou em 82º lugar, enquanto o Quênia se encontra como um dos países africanos com mais ameaças, ocupando o 35º lugar.

A segurança cibernética surge como uma preocupação crítica para as nações em todo o mundo, especialmente no mundo digitalizado em que vivemos hoje. Embora este seja um desafio mundial, países em desenvolvimento, como a Nigéria, África do Sul e Quênia, muitas vezes encontram-se particularmente vulneráveis ??a ameaças cibernéticas, tornando-os alvos principais no cenário de ameaças online.

Isso pode acontecer porque as medidas de segurança nos países em desenvolvimento não são tão robustas quanto em outras partes do mundo. O rápido crescimento económico e evolução digital nem sempre é acompanhada de medidas, procedimentos e até pessoas capazes de travar as ameaças que surgem com estes crescimentos.

A Nigéria ganhou a reputação de hub de crimes cibernéticos. Com uma grande população e uma economia digital em expansão, o país enfrenta desafios significativos no combate às ameaças cibernéticas. De ataques de phishing a roubo de identidade passando por ataques de violação de e-mails comerciais, os cibercriminosos na Nigéria têm sido persistentes e engenhosos.

A África do Sul, com sua economia desenvolvida e infraestrutura tecnológica robusta, tornou-se o principal alvo dos cibercriminosos. O país testemunhou um aumento nos ataques de ransomware, violações de dados e fraudes financeiras. Além disso, o uso crescente de dispositivos móveis e plataformas de banca online criaram novos caminhos para os cibercriminosos explorarem vulnerabilidades.

A rápida transformação digital do Quênia trouxe inúmeros benefícios, mas também expôs o país a um risco maior de ameaças cibernéticas. O aumento do mobile banking e do comércio eletrônico levou a um aumento de ataques cibernéticos, incluindo infecções por malware, golpes de engenharia social e fraudes online.

Este relatório recente da Kaspersky lança luz sobre uma preocupação crescente em particular: o aumento de máquinas zombies a tentar infiltrar-se em dispositivos e transformando-os em agentes de ataques cibernéticos. Ao infectar dispositivos, as máquinas zombies contribuem para a proliferação de botnets, representando riscos significativos para indivíduos, empresas e infraestrutura crítica.

Um Zombie é um programa malicioso que se instala num dispositivo que o transforma num elemento que em conjunto com outros semelhantes, por vezes milhares, ataca outros sistemas.

Com base no relatório da Kaspersky, o artigo destaca a escala da ameaça das máquinas zombies na África do Sul e no Quênia. Este revela que 1,6 milhões de máquinas zombies foram detetadas na África do Sul até o momento, expondo de forma clara a magnitude do problema. Da mesma forma, o Quênia registou 300.000 máquinas zombies, levantando preocupações sobre o cenário de segurança cibernética no país.

O relatório destaca os ataques de ransomware como um tipo significativo de ameaça cibernética. À medida que a economia africana passa por uma transformação digital, novos caminhos para os cibercriminosos explorarem surgem com igual intensidade.