Hábitos – Entrevista com Luís Andrade

Entrevistado: Luís Andrade
Departamento Operacional

Com o ritmo do dia a dia no trabalho, há sempre uma ou outra refeição que escapa e um ou outro snack da máquina para enganar a fome, pois apesar de todas as advertências, continuamos a ignorar as consequências que estas práticas têm na nossa saúde e qualidade de vida.

“Blá, blá, blá… Lá vem essa conversa outra vez. Já sabemos isso tudo”, pensam vocês. Mas sabem realmente?

O colega Luís Andrade tem, desde jovem, uma forte preocupação com a sua alimentação. Foi o desporto que o despertou para a necessidade de uma dieta equilibrada e consciente. No entanto, considera que a falta de educação alimentar é uma realidade muito atual: “Há uma falta de informação enorme… Tudo o que é embalado tem os valores nutricionais indicados e a maioria das pessoas não sabe ler essas tabelas”.

“Se nos habituarmos a comer bem, não precisamos de fazer dieta, não precisamos de ter restrições”

Este problema resulta muitas vezes em mitos alimentares e, consequentemente, em restrições perigosas. “Muitas pessoas fazem determinadas dietas, em busca de uma solução, ou porque têm peso a mais, ou porque têm peso a menos… Mas a dieta é temporária. Fazer uma dieta a curto ou médio prazo e depois voltar ao mesmo, é tipo ioiô”.

“Se nos habituarmos a comer bem, não precisamos de fazer dieta, não precisamos de ter restrições… Porque se temos na balança todos os nutrientes de que precisamos, podemos estar à vontade. E comendo de duas em duas ou três em três horas, estamos sempre saciados”, acrescenta.

“(…) a quantidade de açúcar ingerido é brutal

O açúcar é também uma preocupação. Tudo o que é processado e vem num pacote tem açúcar. O ideal será escolher produtos sem rótulos e sem listas de ingredientes, como são os produtos vindos da terra e do mar, pois é a melhor forma de evitar este doce veneno, muitas vezes escondido por detrás de etiquetas light. “Às vezes, as pessoas dizem que comeram bem, comeram uma sopa, mais isto e aquilo. Vamos a ver e comeu um iogurte de manhã que tem açúcar, depois bebeu um café e pôs um pacotinho de açúcar… Ou seja, somar tudo ao fim do dia, a quantidade de açúcar ingerido é brutal, afirma. 

Com uma menina de quase 7 anos, Luís faz questão de incutir bons hábitos à filha, procurando sempre o equilíbrio. “Eu não a proíbo de nada. Os doces não são frutos proibidos. Ela pode comer porque é criança, mas tem regras. Ao fim de semana pode comer um chocolate, batatas fritas… Mas não é todos os dias! Ela tem essa noção”. 

“A alimentação saudável é a coisa mais simples do mundo” 

Na verdade, são os pais e a escola quem detém uma enorme responsabilidade na educação alimentar das crianças, bem como naquilo que lhes disponibilizam, nomeadamente, nas festas de aniversário. “Antes não tinha esta noção porque não era pai, mas basta ir a um parque à tarde e ver os lanches dos miúdos – são gomas, batatas fritas, gelados… Eu tenho um truque. Quando levo a minha filha a festas de aniversário, dou-lhe sempre o lanche antes. Assim, quando chega come uma coisinha ou outra, enquanto os outros se empanturram em doces…”, revela. 

Para quem quer mudar os hábitos de alimentação mas não tem motivação ou acha que não consegue, aconselha: “Simplificar! A alimentação saudável é a coisa mais simples do mundo, mas não tem de ser uma seca! Por exemplo, um bife de frango grelhado só com sal, não é muito apetitoso… O que é que as pessoas fazem? Metem ketchup, mostarda, natas, molho de iogurte… Tudo isto tem imenso açúcar, óleo de palma, conservantes, etc. Não vale nada. Por outro lado, se pegarmos num iogurte grego natural e acrescentarmos um bocadinho de sal, de alho, salsa e limão, temos um molho que é nutritivo, tem baixo teor calórico e que torna tudo saboroso”. 

Luís lembra ainda a importância de variar e diversificar as refeições, bem como adequá-las às nossas necessidades: “Não somos todos iguais. O que resulta para mim pode não resultar para ti”. 

Tudo isto não é novidade. Recorda esta grande reportagem que data de 2015, mas que se mantém muito atual e pertinente: 

A precisar de motivação extra? 

  • Carolina Reis, formada em nutrição clínica, compara os valores nutricionais dos alimentos e desmistifica mitos. Arroz ou quinoa? Tapioca ou pão de centeio integral? Espreita as respostas na página 

https://www.instagram.com/_carolina.reis/

  • O espanhol Carlos Rios é um feroz opositor de fake food. Entre piadas, vai mostrando as diferenças entre comida real, bons processados e ultra processados. Explora o conceito de real fooding em 

https://www.instagram.com/carlosriosq/

  • Iara Rodrigues é nutricionista e partilha várias receitas para todos os gostos. A prova de que comida saudável não tem de ser uma seca está no blog 

https://www.iararodrigues.com/blog/

Outras contas em que te podes inspirar: 

https://www.instagram.com/poete.na.linha

https://www.instagram.com/apitadadopai

https://www.instagram.com/mariana_abecasis_nutricionista

https://www.instagram.com/anabravo.nutricionista

As nossas emoções influenciam a nossa alimentação mas a relação inversa também existe. Já pensaste sobre isso? Lê estes artigos e percebe melhor: 

https://www.noticiasaominuto.com/lifestyle/1100907/alimentacao-e-bem-estar-como-a-comida-influencia-o-estado-de-espirito